No seu livro intitulado: "Por uma educação romântica", Rubem Alves nos premia com um artigo "A primeira lição aos educadores". Ele fala da necessidade de que nós educadores sejamos humildes. A humildade necessária aos educadores deve ser a atitude de reconhecer que ninguém ensina nada a ninguém. Nós aprendemos porque buscamos saber mais sobre as coisa e sobre o mundo em que vivemos. O conhecimento é inerente ao ser humano como destacou Aristóteles, faz parte da nossa natureza querer entender o que observamos. Não é uma força externa que nos faz mais inteligentes e sim a nossa motivação em aprender. É interessante observar que pesquisadores demonstram que os professores mais admirados não são aqueles que souberam nos falar coisas inteligentes, mas sim os que com humildade e paciência souberam nos ouvir e entender as nossas dúvidas. Os verdadeiros mestres não são aqueles que tem sempre uma resposta pronta a todas as perguntas a ele dirigida, mas sim aqueles que nos devolvem a pergunta com outra pergunta, nos deixam inquietos! São aqueles professores que conduzem a nossa atividade mental aos labirintos em terrenos nunca antes percorridos, pensamentos novos e desafiantes. Eu concordo com Guimarães Rosa: "mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende (...)". Ao final do seu artigo, Rubem Alves conclui: "Primeira lição aos educadores: a questão não é ensinar as crianças. A questão é aprender delas. Na vida de uma criança a gente vê o pensamento nascendo - antes que a gente faça qualquer coisa....". Sejamos apreendentes das nossas crianças, quantas lições podemos ter! Aprendo todos os dias com meus filhos que o amor é incondicional, que a alegria pode ser um grande remédio, que a curiosidade nos leva a saber mais, que não temos todas as respostas e que a felicidade pode acontecer no nosso cotidiano desde que possamos estar disposto a encontá-la. Aprendo com as crianças a sinceridade que não magoa e o carinho que conforta. Aprendo com o sorriso poderoso e a capcidade de imaginar. Aprendo que não sabemos muito e que também nunca saberemos muito e talvez o importante seja viver... Bom fim de semana!
