Pagamos um preço alto pela falta de visão estratégica e a ausência de planejamento de longo prazo suportado por continuidade de ações na gestão pública. A educação municipal em Caratinga recente muito de falta de infraestrutura adequada. Um problema grave e de difícil resolução. A rede municipal de ensino possui hoje 44 escolas espalhadas em seu território. Muitas escolas do município dividem o espaço físico com as escolas estaduais, como é o caso de Sapucaia, Cordeiro de Minas e Santa Efigênia. Diversas escolas ainda funcionam em imóvel alugado que não foram construídos para serem uma unidade de ensino. Funcionam em casas adaptadas ou construções precárias que urgem por reformas emergenciais e ampliações. Para se ter uma ideia, das 44 escolas, apenas 01 escola possui uma quadra de esporte adequada para as aulas de educação física. Visitei todas as escolas de ensino fundamental e hoje tenho uma noção muito clara sobre este desafio (foto de visita). É um desafio enorme que num primeiro momento gera desânimo e descrença. Como resolver um problema desse? Toda vez que visito escolas inadequadas, fico pensando em como resolver o problema de forma definitiva. Enquanto as crianças cantam e apresentam números ensaiados, fico imaginando como podemos mudar isto. As professoras, muitas vezes já se acostumaram com aquele ambiente e acabam solicitando melhorias esporádicas como a compra de lâmpadas, armários ou um forro para sala. Não que as suas solicitações sejam desnecessárias, mas uma pessoa de fora consegue ver rapidamente que não trata-se de pequenas reformas. Na maioria dos casos o que precisa é uma nova escola com ambiente adequado ao aprendizado e desenvolvimento das crianças. Um espaço feito para ser escola com salas arejadas, pátio e banheiros decentes. Não quero me perder na busca de um ideal que nunca chegará, mas acho que vamos precisar romper paradigmas. Vejo claramente que precisamos de soluções radicais para resolver rapidamente um problema que parece não ter solução. As pessoas que me acompanham nas visitas como a Carminha, Rosa Irene, Otávio e Silvania sentem na pele a necessidade crucial de responder a esta demanda. Precisamos de um planejamento para a construção de escolas que atravesse mandatos e projetos políticos e que siga uma visão estratégica do espaço urbano, para que possamos atender as áreas mais populosas da cidade. Mesmo que seja necessário adquirir terrenos, desapropriar ou construir escolas com recursos próprio. Precisamos mudar o panorama da infraestrutura das nossas escolas municipais, principalmente no centro e periferia da cidade. Assim, atenderemos mais alunos e, consequentemente, receberemos mais recursos do FUNDEB e então teremos mais recursos para investir na educação, completando assim um circulo virtuoso. Para isso, precisamos romper com a visão imediatista e estar disposto a plantar hoje, mesmo que não participemos da colheita no futuro, embora o fruto da educação seja de todos nós. Vamos em frente!
